Ontem o Papa Francisco encontrou-se com as crianças de S. João Maria Vianney para a primeira catequese da "Escola de Oração"

12 abril 2024

 

Ontem à tarde, o Papa Francisco encontrou-se com cerca de 200 crianças da paróquia de São João Maria Vianney, na periferia de Roma, para o primeiro encontro da "Escola de Oração", desejada pelo Santo Padre por ocasião do Ano de Oração. O encontro foi realizado na sequência da experiência das "Sextas-feiras da Misericórdia", em que o Papa Francisco se encontrou, sem aviso prévio, com alguns cristãos da diocese de Roma. As crianças, que fazem parte dos grupos de catequese em preparação para o sacramento da Primeira Comunhão, acolheram com alegria o Papa, que chegou de surpresa à comunidade. A sua reação foi de espanto quando, juntamente com os catequistas com quem semanalmente se encontram para a catequese, viram o Papa Francisco entrar no salão paroquial.

 

Durante cerca de uma hora, o Papa participou ativamente na catequese destas crianças. Respondendo às suas perguntas, ofereceu uma breve catequese sobre o tema da oração de ação de graças. Sublinhou que esta é uma das mais importantes da vida cristã. «É importante dizer obrigado por tudo. Por exemplo, se entrarmos em casa de uma pessoa e não lhe dissermos obrigado, ou não a cumprimentarmos, isso é bom? A primeira palavra é 'obrigado’. A segunda palavra é 'com licença'», disse às crianças da paróquia no subúrbio de Borghesiana, no sector leste da diocese. «A terceira palavra é 'desculpa'», - continuou o Santo Padre. «Uma pessoa que nunca pede desculpa é boa? É difícil pedir desculpa, às vezes vem a vergonha e o orgulho. Mas é importante quando se escorrega para pedir desculpa. Três palavras: obrigado, com licença, desculpa».

 

Depois, o Papa perguntou às crianças: «Mas vocês rezam? Como rezam? O que é que podem dizer ao Senhor?» Uma das crianças recordou que, com a sua família, reza antes de comer. «Ele disse uma coisa importante. Mas sabes que há tantas crianças que não têm comida? Será que agradeço ao Senhor por me dar comida? Agradeço-Lhe por me ter dado uma família?». A última pergunta tocou no tema da fé: «Mas vocês são cristãos? - perguntou o Papa Francisco - tendes fé? Digamo-lo em conjunto. Obrigado, Senhor, por me teres dado a fé».

 

No diálogo, uma das perguntas mais tocantes das crianças foi a de Alice, de 10 anos. «Como é que posso agradecer ao Senhor se na doença?». «Mesmo em tempos sombrios, temos de agradecer ao Senhor, porque Ele dá-nos a paciência para tolerar as dificuldades. Vamos dizer juntos: obrigado Senhor por nos dar força para suportar a dor», respondeu o Santo Padre. Outros pequeninos perguntaram a razão da morte e da solidão. Sofia, que fará a sua primeira comunhão dentro de alguns dias, está muito abalada com as notícias das guerras e perguntou ao Papa como dizer "obrigado" num momento tão trágico. «Devemos agradecer-lhe sempre, em todos os momentos. Dou-vos um conselho», concluiu o Papa, «antes de ir dormir pensem: o que posso agradecer ao Senhor hoje? Dêem graças».

 

No final do encontro, as crianças, juntamente com o Santo Padre, recitaram uma "Oração de Ação de Graças" composta para a ocasião, que ficará como recordação de um momento extraordinário das suas vidas. Antes de partir, o Papa Francisco, saudando e brincando com elas, ofereceu a cada uma um ovo de chocolate. Aos sacerdotes e aos cerca de vinte catequistas ofereceu os primeiros seis pequenos volumes publicados na série "Apontamentos sobre a Oração", subsídios concebidos pela primeira secção do Dicastério para a Evangelização para apoiar a vida pastoral das comunidades, no caminho da redescoberta da centralidade da oração em preparação para o Jubileu 2025.